10 coisas para ver e fazer em Bolonha

10 coisas para ver e fazer em Bolonha

Bolonha, a cidade erudita, a Vermelha e a Gorda, é a vibrante capital da próspera Emilia Romagna. Conhecida como “La Dotta” devido à presença de uma das universidades mais antigas da Itália, Bolonha continua a atrair estudantes nacionais e internacionais, mantendo-se como um centro cultural ativo e dinâmico. A alcunha “Bolonha, a Vermelha” é uma

Bolonha, a cidade erudita, a Vermelha e a Gorda, é a vibrante capital da próspera Emilia Romagna.

Conhecida como “La Dotta” devido à presença de uma das universidades mais antigas da Itália, Bolonha continua a atrair estudantes nacionais e internacionais, mantendo-se como um centro cultural ativo e dinâmico.

A alcunha “Bolonha, a Vermelha” é uma homenagem às tonalidades que os telhados e casas conferem à cidade, preservando as características cores medievais que a tornam visualmente única.

Apelidada de “Bologna la Grassa”, a cidade se destaca por sua gastronomia saborosa e refinada. A cozinha bolonhesa, conhecida mundialmente, conquistou até os paladares mais exigentes.

No entanto, Bolonha vai além de suas delícias culinárias. Pontos extraordinários, como a igreja de San Luca, acessível por uma incrível extensão de 6 km de arcadas, ou o complexo de 7 igrejas, incluindo a espetacular e bela igreja de Santa Maria com a extraordinária “Lamentação”, revelam o espírito singular da cidade.

A maioria dos locais de interesse está convenientemente situada no centro de Bolonha, eliminando a necessidade de transporte público ou carro.

Em resumo, Bolonha se destaca como uma das cidades italianas mais belas e acessíveis para visitar, oferecendo uma experiência rica em cultura, história e, claro, sabores inesquecíveis. Recomendamos vivamente explorar os 10 pontos imperdíveis durante um roteiro de 1, 2 ou 3 dias na cidade.

Piazza Maggiore em Bolonha

O pulsante coração da cidade, a Piazza Maggiore (ou Piazza Grande, como é carinhosamente chamada pelos bolonheses, e reverenciada na canção de Lucio Dalla), representa o epicentro da vida civil e religiosa em Bolonha.

Destacando-se na praça está a Fonte de Netuno, ladeada por edifícios históricos emblemáticos da cidade medieval. À oeste, ergue-se o Palazzo Comunale do século XIV, enquanto à leste se destaca o Palazzo dei Banchi do século XVI. Ao sul, a imponente Basílica de San Petronio faz frente ao elegante Palazzo del Podestà.

Cada edifício conta a fascinante história da cidade, que remonta ao ano de 1200, quando surgiu a necessidade de criar um espaço para o mercado local. Os edifícios originais foram adquiridos pela Câmara Municipal e, posteriormente, demolidos. Somente no século XV, a Piazza Maggiore adquiriu a forma austera que ainda mantém hoje.

Apesar de sua significância histórica, a praça carrega uma superstição entre os estudantes da renomada Universidade de Bolonha. Segundo a lenda, jamais se deve atravessar a praça pelo seu centro; ao contrário, é aconselhável caminhar ao longo dela. Caso contrário, pode-se dizer “adeus” ao tão desejado diploma.

Basílica de San Petronio em Bolonha

A Basílica de San Petronio emerge como a igreja mais imponente e significativa de Bolonha, conquistando o título de quinta maior igreja do mundo.

As obras de construção iniciaram-se em 1390, mas se estenderam por vários séculos. Este majestoso templo, símbolo do orgulho cívico da cidade, demandou a demolição de torres, residências particulares e até oito igrejas para dar espaço a sua grandiosidade.

Esta é a última grande obra gótica realizada na Itália, apresentando uma estrutura em forma de cruz latina, com três naves e capelas.

Ao explorar a Basílica, não deixe de contemplar a fascinante Capela Bolognini, adornada com afrescos que narram as Histórias dos Magos, o Juízo Final no Céu e, abaixo, uma representação extraordinária e gigantesca de Lúcifer no Inferno, além da figura do Profeta Maomé também no Inferno.

Durante muito tempo, a Basílica de San Petronio foi propriedade do Município, que a utilizava para diversos propósitos, incluindo cerimônias, tribunais e reuniões públicas. Somente em 1929, após os Pactos Lateranenses, ela foi transferida para a Diocese.

Ao visitar a Basílica, não passe despercebido ao relógio de sol construído por Cassini, uma notável representação que contradizia a crença da época, mostrando que era a Terra que girava ao redor do Sol.

Não deixe de subir ao novo terraço panorâmico, alcançável confortavelmente por elevador, onde poderá contemplar os telhados e monumentos de Bolonha a uma altura impressionante de 54 metros.

A Basílica também abriga um pequeno museu com salas dedicadas à história da construção de San Petronio e uma coleção de objetos sagrados da basílica, enriquecendo ainda mais a experiência do visitante.

A Torre Asinelli em Bolonha

As icônicas torres de Bolonha representam uma das características distintivas desta cidade histórica. Das inúmeras torres erigidas entre os séculos XII e XIII, apenas cerca de vinte subsistem nos dias de hoje.

Essas estruturas desempenhavam papéis militares e nobres, conferindo prestígio às famílias que as comissionavam.

Destacam-se entre todas a Torre degli Asinelli e a Torre della Garisenda. A Torre degli Asinelli foi construída entre 1109 e 1119 pela família de mesmo nome. Além de conferir prestígio social à família, serviu propósitos militares, sendo utilizada para defesa e vigilância. Em 1448, a torre foi equipada com uma rocchetta para acomodar soldados de guarda. Atualmente, os arcos do pórtico da rocchetta abrigam oficinas de artesãos, em homenagem à função comercial que a cidade desempenhava na Idade Média.

Para os visitantes destemidos que se aventuram pelos 498 degraus da escada interna, a recompensa é a vista panorâmica do topo da Torre Asinelli, que, com seus impressionantes 97,20 metros de altura, oferece uma visão deslumbrante da cidade vermelha de Bolonha. Em dias claros, é possível vislumbrar até o mar e os Pré-Alpes do Vêneto.

Por outro lado, a Torre Garisenda, com seus 47 metros de altura, embora igualmente emblemática, não está aberta a visitações.

A Basílica de Santo Stefano em Bolonha

A Basílica de Santo Stefano é um notável conjunto de edifícios sagrados, formando o conjunto mais proeminente das Sete Igrejas.

A pitoresca Piazza Santo Stefano, recentemente restaurada à sua aparência original, é o lar da Igreja do Crucifixo, da Basílica do Sepulcro, da Igreja de San Vitale e Sant’Agricola, do Pátio de Pilatos, da Igreja do Martírio, do Claustro Medieval e do Museu de Santo Stefano.

Estes edifícios antiquíssimos, embora datando de épocas distintas, mantêm uma notável homogeneidade estilística, consolidando o complexo como o monumento românico mais intrigante e bem preservado de Bolonha.

O projeto original do complexo remonta provavelmente ao século V, quando o bispo Petrônio, inspirado por uma viagem à Terra Santa, aspirou reproduzir os sagrados locais de Jerusalém na capital emiliana.

Ao longo dos anos, intervenções de modificação e restauração alteraram a aparência original do complexo, reduzindo o número das sete igrejas originais para quatro, mas preservando sua autenticidade histórica e estilística.

O Archiginásio

O Archiginnasio destaca-se como o edifício mais esplêndido de Bolonha, sendo indiscutivelmente um dos mais belos de toda a Itália.

Muitas vezes, o turista apressado passa diante da sua imponente entrada, lançando apenas um olhar superficial ao pórtico central. No entanto, basta dar alguns passos para se deparar com um extenso pórtico composto por 30 arcos ricamente decorados com centenas de brasões, além de duas galerias nos andares superiores.

Encomendado em 1563 pelo Cardeal Carlo Borromeo, o Archiginnasio foi concebido com o propósito de proporcionar à Universidade de Bolonha, a mais antiga do mundo, um local singular e magnífico. Este palácio serviu como espaço de ensino até 1838, quando deu lugar à instalação da biblioteca.

Ao subir as escadas, depara-se com 10 salas de aula (infelizmente, não abertas a visitantes) e a Biblioteca, acessível para estudo, mas não para fins turísticos.

Duas das salas de aula que abrigaram Artistas e Advogados (Stabat Mater) são adornadas de maneira deslumbrante. As abóbadas, paredes, escadas e arcadas são revestidas com brasões, inscrições e monumentos, homenageando os professores e alunos que passaram pelas salas do Archiginnasio.

Não deixe de explorar o Teatro Anatômico, danificado severamente durante um bombardeio em 1954, mas posteriormente reconstruído de maneira meticulosa e fiel aos materiais originais.

Uma curiosidade intrigante: durante os bombardeios aliados em Bolonha, o palácio sofreu danos consideráveis.

Os fascistas, em uma tentativa de propaganda, inscreveram na entrada da porta a frase “Opera dei liberatori”, transmitindo a mensagem de que a destruição era culpa daqueles que buscavam libertar Bolonha dos nazi-fascistas. A escrita ainda é visível e testemunha os eventos históricos que marcaram esse notável edifício.

Os canais de Bolonha

Talvez seja um segredo guardado por poucos, mas Bolonha sempre foi uma cidade de água, uma espécie de pequena Veneza que, em grande parte, permanece oculta hoje em dia.

A visão mais evocativa dessa faceta única de Bolonha pode ser desfrutada ao abrir uma pequena janela na Via Piella.

Neste cenário singular, o olhar se depara com o Canal Moline, historicamente utilizado para abastecer os moinhos de água que processavam o trigo ao longo dos séculos.

Esquecida por décadas, a ponto de a maioria dos canais ser enterrada na década de 1950, a natureza “aquática” de Bolonha foi redescoberta recentemente pelos próprios habitantes, que agora estão empenhados em reavaliá-la.

Além da pequena janela na Via Piella, outras perspectivas do Canale delle Moline foram reveladas pelas pontes da Via Oberdan e da Via Malcontenti. Aqui e ali, ao redor do centro histórico, surgem comportas, riachos semi-ocultos, e o som suave da água, embora muitas vezes não seja visível.

Assim como no gueto judeu, sob o qual flui o Aposa, ou no cruzamento da Via delle Moline e Via Capo di Lucca, onde se percebe o murmúrio do Salto del Reno, os canais de Bolonha contam uma história fascinante que continua a fluir entre as ruas e vielas da cidade.

A Pinacoteca Nacional de Bolonha

A Pinacoteca Nacional de Bolonha abriga uma das coleções mais importantes entre os museus italianos, traçando o desenvolvimento artístico da Emília e da Itália desde o século XIII até o início do século XIX.

Com obras de mestres como Raphael, Carracci, Reni, Perugino, Parmigianino, Tintoretto, Vasari, Guercino, entre outros, a coleção tem suas raízes em uma generosa doação de Monsenhor Francesco Zambeccari. Ao longo dos anos, essa herança foi enriquecida por doações privadas, legados e aquisições estatais, solidificando a Pinacoteca como uma das galerias nacionais mais prestigiadas e reconhecidas na Itália e no exterior.

Com trinta salas de exposição e um espaço dedicado a exposições temporárias e atividades educativas, a Pinacoteca di Bologna vai além de sua função puramente expositiva. Ela desempenha um papel crucial na proteção, conservação e estudo do patrimônio artístico regional e urbano.

Os pórticos de San Luca

Os Pórticos de San Luca são a verdadeira assinatura arquitetônica e o pulso vital de Bolonha, estendendo-se por cerca de 40 quilômetros, encapsulando a essência e o caráter distintivo da cidade.

Durante os meses ensolarados, esses pórticos se transformam em um abrigo acolhedor contra os raios do sol, enquanto nos dias frios oferecem proteção contra as chuvas, revelando-se como uma rede de corredores a céu aberto, conectando todos os pontos da cidade.

O pórtico mais célebre, com quase 4 km de extensão, conduz os visitantes do coração de Bolonha até a Igreja de San Luca, que coroa majestosamente o Colle della Guardia.

Este pórtico icônico está intimamente ligado à veneração da imagem da Santíssima Virgem de San Luca, a primeira representação mariana diretamente associada ao Evangelista.

A igreja atual, construída entre 1723 e 1757, substitui uma predecessora do século XVI. Com uma planta elíptica e um interior em cruz grega adornado com obras de mestres como Guido Reni e Guercino, a igreja é uma obra-prima artística e espiritual.

O pórtico, com seus 666 arcos, estabelece uma conexão dramática entre o santuário e a Porta Saragoça na cidade. Este número, cheio de simbolismo, representa a forma de uma cobra (o diabo) sendo esmagada pelo pé da Madonna, personificada pela igreja e sua imagem milagrosa.

A ascensão pelos pórticos não é apenas uma jornada física, mas também simboliza um caminho de redenção e purificação do pecado.

Frequentemente, os bolonheses escolhem este cenário único para corridas, especialmente nos domingos. Se você se aventurar a desafiá-los, certifique-se de usar calçados confortáveis e preparar-se para uma experiência energética, pois a subida requer esforço considerável!

Caso conserve alguma energia, considere explorar a recentemente reaberta Cripta ou subir ao topo da cúpula para apreciar vistas deslumbrantes de Bolonha e das pitorescas colinas circundantes.

Igreja de Santa Maria della Vita

A Igreja de Santa Maria della Vita, acessível por uma pitoresca rua lateral da Piazza Maggiore, é um tesouro artístico que merece a atenção dos visitantes. Destaca-se pela extraordinária escultura “Lamento do Cristo Morto”, esculpida por Niccolò dell’Arca na segunda metade do século XV.

Este grupo escultórico é aclamado como uma obra-prima da escultura italiana, embora muitos ainda o desconheçam injustamente. A intensidade das emoções capturadas nos rostos das estátuas levou Gabriele D’Annunzio a descrever a obra como um “grito de pedra”, sublinhando sua poderosa expressividade.

A Igreja de Santa Maria della Vita, fundada na segunda metade do século XIII pela Confraria dos Battuti ou Flagellati, é considerada um exemplar notável do barroco bolonhês.

Não deixe de explorar o oratório adjacente e o Museu da Saúde, que preserva a história do hospital frequentado pelos flagelantes. Cada elemento deste complexo contribui para uma experiência única, imbuída de arte, história e a expressão vívida do talento de Niccolò dell’Arca.

Santa Maria dei Servi e o Pórtico

Ao percorrer a Strada Maggiore a partir da Torre degli Asinelli e caminhar cerca de 900 metros sob os elegantes arcos, você chegará à encantadora igreja de Santa Maria dei Servi, um dos lugares mais fascinantes da cidade.

O pórtico de quatro faces, que acolhe os visitantes, é um local mágico imortalizado por Pasolini na cena final de “Édipo Rei” e mencionado por Guccini na canção “Eskimo”.

Originalmente construída em 1343 com um pórtico de apenas um lado, voltado para a Strada Maggiore, foram adicionados mais arcos em 1492, entre 1515 e 1521, no século XVII, até alcançar sua forma atual, com quatro lados, somente em 1864. Essa evolução a torna uma das construções mais longas na história da arquitetura.

A fachada simples conduz à igreja de três naves, com abóbadas cruzadas apoiadas por uma alternância de colunas circulares e pilares octogonais.

Santa Maria dei Servi é especialmente conhecida pela “Majestade” de Cimabue, mas também abriga obras notáveis de artistas como Guido Reni (San Carlo Borromeo e anjos), uma Madona e o Menino de Giovanni da Modena, um Pai Eterno de Guercino, entre muitas outras peças imperdíveis.

Além disso, historicamente, Santa Maria dei Servi é um dos lugares “musicais” de Bolonha, com um magnífico coro de 50 membros que realiza concertos ao longo do ano.

O pórtico serve como cenário para a tradicional Feira de Santa Lúcia, que inclui os mercados de Natal, proporcionando uma atmosfera encantadora durante a temporada festiva.


Em resumo, Bolonha, a cidade da erudição, a Vermelha e a Gorda, oferece uma experiência fascinante e multifacetada aos seus visitantes. Como “La Dotta,” abriga uma das universidades mais antigas da Itália, continuando a atrair estudantes de diversas partes do mundo e mantendo-se como um polo cultural vibrante. A alcunha “Bolonha, a Vermelha” destaca não apenas a paleta visual dos telhados e edificações, mas também a preservação das cores medievais que a tornam singular.

A designação “Bologna la Grassa” atesta a riqueza gastronômica da cidade, com sua cozinha bolonhesa famosa mundialmente, conquistando até os paladares mais exigentes. No entanto, a cidade vai além de seus sabores exquisitos, revelando pontos extraordinários como os Pórticos de San Luca, os canais subterrâneos e a Basílica de San Petronio, que contam histórias fascinantes.

A Piazza Maggiore, coração pulsante de Bolonha, testemunha a história da cidade desde o século XIII, sendo palco de eventos, marcada pela Fonte de Netuno e ladeada por edifícios históricos como o Palazzo Comunale e a Basílica de San Petronio.

As torres, especialmente a imponente Torre degli Asinelli, destacam-se como ícones da arquitetura medieval e proporcionam vistas panorâmicas deslumbrantes. A Basílica de Santo Stefano, com suas sete igrejas e o Archiginnasio, majestoso edifício universitário, refletem a riqueza cultural e histórica da cidade.

Os canais de Bolonha, ressurgindo das décadas de esquecimento, revelam uma faceta aquática única, enquanto a Pinacoteca Nacional celebra a riqueza artística da região. A igreja de Santa Maria della Vita, com sua escultura notável, e a igreja de Santa Maria dei Servi, com seu pórtico encantador, complementam a rica tapeçaria cultural da cidade.

Ao explorar Bolonha, os visitantes são imersos em uma experiência que transcende o tempo, conectando o passado ao presente e oferecendo uma jornada através da cultura, história e sabores inesquecíveis da magnífica cidade da Emilia Romagna. Recomendamos vivamente explorar os 10 pontos imperdíveis, proporcionando uma visão abrangente e envolvente de Bolonha durante roteiros de 1, 2 ou 3 dias na cidade.

Luigi
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